A Patologia do Poder por trás da crise da água

A Patologia do Poder por trás da crise da água

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Por Katia Simão

 

É inadmissível a atual crise de água, sabendo que por trás dessa crise está a patologia do poder, que controla o mundo doente em que vivemos, e não uma calamidade ambiental provocada pela natureza. Há muito se fala em uma possível falta de água ocasionada pelo mau uso e falta de planejamento governamental. Mas será essa toda a verdade?

A água virou uma commodity, uma mercadoria que em alguns países já vale mais, ou tanto quanto o ouro. E, para tornar viável a sua comercialização, a OMC – Organização Mundial do Comércio estabeleceu que água é uma mercadoria negociável e, portanto, deve se submeter às regras internacionais de comércio e ao Acordo Geral de Tarifas e Comércio. Isso significa que, se um país criar algum impedimento na exportação de sua água, mesmo alegando razões de preservação ambiental, a OMC pode questionar e punir esse país com sanções comerciais internacionais, acarretando sérios prejuízos. Principalmente com restrições de acesso aos fundos do Banco Mundial, que disponibiliza recursos volumosos como incentivo de privatização em diversos setores, e não é diferente com a água.

Privatização

É interessante que essas instituições propõem a privatização da água como a melhor forma de lidar com a sua escassez, como se essa fosse uma solução benéfica para a humanidade e não que essa é uma medida que visa apenas ao lucro das empresas e governos envolvidos. Esse comércio da água tem como objetivo principal o seu engarrafamento, sendo esse um dos mercados que mais cresce no mundo, no setor de bebidas, chegando a movimentar US$30 bilhões anualmente. Os defensores do engarrafamento são partidários da exploração econômica dessa riqueza, com a argumentação de que a água, no século XXI, será capaz de alavancar o desenvolvimento dos países que investirem nesse produto. Algumas nações já praticam esse comércio, como o Canadá, que assinou um contrato de fornecimento de água com a China por 25 anos, e a Turquia, que construiu uma plataforma para facilitar o abastecimento de navios-tanques que abastecem alguns países da Europa e do próprio Oriente Médio.

Brasil, o grande exportador de água

O Brasil é um dos grandes exportadores de água para países como Estados Unidos, China e Oriente Médio, sendo, a água mineral engarrafada no Brasil considerada o “produto que mais cresceu na avaliação de 134 categorias de itens do mercado”, segundo a revista oficial do setor de águas minerais, Água e Vida.

Água roubada

Não bastando o comércio oficial de água mineral, ainda há o “roubo da água da Amazônia”. A denúncia é da revista jurídica Conselux, edição 310, em um artigo sobre a Organização Mundial de Água e o Mercado internacional de Água: “É assustador o tráfico de água doce no Brasil. Navios-tanques estão retirando sorrateiramente água do Rio Amazonas. A captação geralmente é feita no ponto em que o rio deságua no Oceano Atlântico. Estima-se que cada embarcação seja abastecida com 250 milhões de litros de água doce, para engarrafamento na Europa e Oriente Médio. O interesse é muito grande, considerando que é mais barato tratar as águas usurpadas (U$ 0,80 o m³) do que realizar a dessalinização das águas oceânicas (U$ 1,50).”

Diante desse cenário, fica mais fácil perceber que o problema da falta de água tem raízes mais profundas do que as que são expostas na mídia. O lucro e o controle sobre fatores básicos para a sobrevivência, como a água, é uma delas. Assim os poderes que controlam os recursos naturais do planeta como se pertencessem a eles e não ao povo, tomam para si o controle da humanidade. Enquanto o povo não pensar e questionar, tudo ficará como está, lembrando a famosa frase de Adolf Hitler: “Que sorte para os ditadores que os homens não pensem”.

Mercantilização de um bem essencial

Por que permitir que o povo tenha acesso a água farta na sua torneira, por um valor equivalente a aproximadamente R$0,02 o litro, quando se pode vender o mesmo produto por quase 100 vezes esse valor? O descaso das autoridades com a qualidade da água servida à população, usando cloro e flúor nesse líquido que todos têm de tomar diariamente, parece ter o objetivo de quase obrigar o povo a comprar a água que bebe e fazer crescer ainda mais esse mercado fabuloso e extremamente lucrativo, porém no aspecto ético, um verdadeiro crime contra a humanidade.

Para entender mais sobre a Patologia do Poder :

 

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Este é o primeiro estudo da patologia psicossocial dos indivíduos com poder – psicóticos que estão impedindo o desenvolvimento humano e destruindo a sociedade. Se não os brecarmos imediatamente iremos assistir ao rápido desmoronamento da civilização.

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