Ajuda-te a Ti Mesmo Percebendo a Inversão

Ajuda-te a Ti Mesmo Percebendo a Inversão

Artigo publicado no Jornal STOP, edição 68

Norberto  Keppe,
Extrato do livro A Glorificação
Parte D, pág. 138

www.livrariaproton.com.br
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Toda a principal base de meu trabalho repousa sobre o processo de inversão, que descobri em setembro de 1977. Ele deu a maioria das respostas que eu procurava e, principalmente, permitiu desvendar alguns enigmas da Psicanálise Tradicional, como a ideia do inconsciente; aliás, o próprio Alfred Adler rejeitou na ocasião tal proposição, voltando-se para os complexos (de inferioridade).

Eu comecei a notar que só poderíamos adoecer, errar, pecar (como dizem as religiões) se estivéssemos em uma atitude contrária à verdade e, como somos também uma realidade, praticamente estaríamos nos opondo a nós mesmos, em conflito com o que somos — não vitimados por um inconsciente, mas prejudicados por uma atitude de inconscientização, ou seja, ao querer esconder o que sabemos; jamais poderíamos adoecer de algo fora de nossa consciência.

O processo de inversão é praticamente o básico no tratamento psicanalítico (integral), porque é também o fundamento de toda e qualquer doença.

Vou expor aqui uns exemplos: o paciente A.L. começara o tratamento psicanalítico há três meses, com um bom resultado; certo dia ele disse o seguinte:

— A Psicanálise me faz mal.

— A que o senhor associa a Psicanálise? perguntei.

— Saúde, felicidade.

— O senhor afirma que a saúde e a felicidade lhe causam problemas.

O leitor pode notar facilmente a inversão que o cliente faz; mas poderá observar também que há um motivo anterior que o faz raciocinar assim: a inveja — pois os cinco fatores são interligados, ou seja, a inversão com a inconscientização, a fantasia, a teomania e a inveja.

O processo de inversão é básico, tanto para compreender o ser humano como para lidar com ele. Na prática da Psicanálise Integral, nota-se que ele constitui um dos elementos mais comuns, tanto no aspecto teórico como nas atitudes humanas.

INVERSAO-ocasionada-pela-inveja

A senhora L.G., de meia-idade (44 anos), fora internada por mais de doze anos em várias clínicas psiquiátricas. A família a trouxe para análise, onde permaneceu um ano. No entanto, durante todo esse tempo não a aceitou e, na primeira oportunidade, a abandonou, voltando ao tratamento psiquiátrico, com medicamentos. Depois de seis meses, suicidou-se.

Eu vou dar alguns exemplos de sessões que fez para esclarecer sua luta contra a vida, sua total inversão: Sessão do dia 20-08-1979:

— O doutor corre perigo, disse a cliente.

— Qual é este perigo? perguntei.

— Não sei.

— Dê uma ideia do que a senhora poderia fazer de perigoso.

— Suicidar-me.

— O que é suicidar-se no sentido psicológico?

— Ah! Isto eu também não sei.

— Fale assim mesmo.

— Acabar com tudo.

— A senhora diz que quer acabar com tudo, com o mundo inteiro.

Toda pessoa que se suicida acha que, através desse ato, está exterminando toda a vida, a ponto de pensar que, ao se matar, está destruindo todo o universo (devido à sua megalomania).

 

Em seguida, a paciente L.G. disse:

— Eu não tenho nada com o mundo; o mundo tem comigo. Quem sou eu, para acabar com o mundo.

— A senhora falou que o mundo tem de haver com a senhora, mas a senhora não tem nada a haver com o mundo. Desta maneira acha que o mundo é que lhe deve obrigação. A senhora fala como se fosse uma deusa.

 

Não somos vitimados por um inconsciente, mas prejudicados por uma atitude de inconscientização, ou seja, ao querer esconder o que sabemos.

 

 

O leitor poderá notar que, neste instante, a paciente revelou a sua megalomania. Depois falou:

— Eu sou uma covarde.

— O que a senhora quer fazer com a sua vida?

— Eu estraguei a vida.

— A senhora não estragou a vida, pois ela está toda aí, bela e radiante.

— Eu estou sabendo.

— A senhora não conseguiu estragar a vida, nem é possível. Veja que a sua intenção é estragar a vida; é partir para cima dela, mas não consegue, pois ela continua existindo.

A paciente suspirou profundamente. Fez uma pausa de dez minutos.

— Se a senhora parar por um instante e verificar, poderá ver toda a ingratidão que tem com a vida, isto é, está jogando-a fora, devido a sua inveja excessiva… não existe um problema específico, mas a senhora o cria, quando nega, altera ou rejeita a realidade, a consciência.

O leitor poderá encontrar, em cada sessão de psicoterapia aqui descrita, toda uma problemática em relação não apenas ao sentimento, isto é, à religião, como à maneira de pensar (filosofia de vida) e ao seu modo de agir: sua vida familiar e seu trabalho.

Qualquer processo científico, que lida com o ser humano, automaticamente abrange todos os seus aspectos. De maneira que qualquer hipótese tem de considerá-lo integralmente, isto é, no sentimento (religiosidade), no pensamento (filosofia de vida) e na prática (ação).

Atendimento Psicanalítico

Psicanalistas formados no método psicanalítico de Norberto Keppe dão atendimento em sessões individuais e de grupo para adultos, adolescentes e crianças.

As sessões podem ser realizadas pessoalmente ou à distância (por telefone ou skype), em português, inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, finlandês e sueco.

Informações e marcação da primeira entrevista-teste:

(11) 3032-3616 ou contato@trilogiaanalitica.org

www.trilogiaanalitica.org

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