Artigo publicado no Jornal STOP, edição 72
Norberto Keppe,
Extrato do livro O Homem Interior,
pág. 34
Geralmente, a profissão médica é identificada com aspectos miraculosos, como se a formação de medicina ultrapassasse o nível científico em que foi estruturada.
– Fui a um médico, por insistência de minha mãe, e depois do exame afirmou que eu poderia perecer repentinamente, enquanto dormia porque tinha sopro no coração, disse o cliente em sua sessão de análise.
– O que pensa da atitude dele?
– Terrorista. Imagine se eu estivesse tão doente assim, teria realmente perecido com tal notícia. É como nós médicos falamos: o médico clínico sabe tudo e não resolve nada, o cirurgião não sabe nada e resolve tudo, o psiquiatra não sabe nada e não resolve nada.
As enfermidades do corpo refletem exatamente o que se passa no espírito, porque os dois são uma mesma energia, que se manifesta de duas maneiras: corporal e psíquica.
– Tenho uma amiga que sempre odiava dar aulas, e agora está paralítica.
– O que pensa da atitude dela?
– De tanto odiar lecionar, acabou paralítica – mas eu própria tinha tanta raiva em trabalhar que criei problema em meu menisco.
Posso afirmar que o pensamento tem muito maior poder do que a maioria das pessoas julga.
– Não consigo andar, e nem o quiroprata melhora meu problema.
– O que significa andar?
– Progresso e realização.
– A sra. não quer o progresso e a realização.
As doenças físicas são a manifestação do que se passa na vida psicológica, pois constituem o mesmo sintoma mental.
– Tenho muito medo de notar o formigamento em minhas pernas, porque o especialista em Nova York falou que é o resultado da esclerose múltipla.
– A sra. não quer ver doença alguma em si mesma, pois tem a ideia que é possível ser absolutamente sã.
– E não é assim?
– Uma doença física é mais fácil de ver, mas as psicológicas são invisíveis organicamente.
– Ah! Entendo que pretendo ser perfeita em tudo.
A doença física é usada como meio para o ser humano evitar a consciência de seus males psicológicos.
– Não sei por que estou constantemente resfriado.
– A que associa o seu resfriado?
– Parece que me tira o conhecimento das coisas mais importantes da vida.
– Freud já afirmava que durante a doença física, a pessoa perde todo o interesse pelos elementos mais importantes, cuidando só de si.
– Agora vejo que a enfermidade física é um meio de fugir dos maiores bens. O ser humano quer ser doente para ter liberdade de realizar qualquer ação sem sofrer muita repressão – posso afirmar que ele adoece em sua maior parte, para ocasionar confusão ao próximo.
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