Na prática da odontologia, comprovamos, diariamente, como as emoções negativas geram doenças bucais. Raiva, inveja, inversão, medo e megalomania desequilibram o funcionamento das glândulas salivares, diminuindo o fluxo da saliva e/ou alterando sua composição (pH), o que pode causar cáries, moléstias periodontais, aftas e mau hálito.
A consistência e a composição da saliva variam de um indivíduo para o outro e, no mesmo indivíduo, em épocas diferentes.
Em condições normais, secretamos continuadamente cerca de um mililitro de saliva por minuto (entre um litro e um litro e meio por dia). Uma série de trabalhos destaca a importância de um fluxo salivar normal (quantidade de saliva) para manter a saúde dos dentes. Guyton, por exemplo, afirma que, quando não há salivação, os tecidos bucais se ulceram ou apresentam infecções, e as cáries dentárias aparecem em grande número.
Várias pesquisas relatam que os problemas emocionais alteram nossa salivação.
De todas as secreções digestivas, só a saliva é controlada exclusivamente pelo sistema nervoso autônomo (SNA) que é dividido em simpático e parassimpático. Os sistemas simpático e parassimpático, que normalmente colaboram e trabalham harmonicamente para o bom funcionamento das glândulas salivares, podem trazer problemas se hiper estimulados.
Quando o sistema nervoso simpático é estimulado, há liberação dos hormônios noradrenalina e adrenalina, tornando a secreção salivar insuficiente e a saliva muito densa.
Quando o sistema nervoso parassimpático é estimulado, há a liberação do hormônio acetilcolina no organismo, tornando a secreção salivar excessiva e a saliva muito diluída.
O esquema acima mostra como o sistema nervoso atua na salivação.
Diante da visão de um erro ou quando sentimos inveja, se reagimos com raiva, lutando e agredindo, tentando negar ou deturpar a consciência, há um aumento de secreção de adrenalina e noradrenalina. A consequência disso é que a saliva torna-se espessa e em quantidade insuficiente. Se estivermos constantemente com raiva, ocorrerá um desequilíbrio (boca seca) capaz de causar cárie dentária, gengivite, aftas e mau hálito. Do mesmo modo, o medo da consciência, liberando acetilcolina, pode causar doenças bucais.
A raiva e o medo são atitudes que o indivíduo, pela vontade, pode ou não adotar diante da consciência.
A pessoa humilde acata a consciência, beneficiando-se e poupando seu físico de doenças. É interessante notar que o amor é o sentimento da natureza, que se identifica com a aceitação da realidade e, portanto, não interfere de maneira a bloquear ou super estimular as funções do nosso corpo. Mas, ao tentarmos bloqueá-lo ou negá-lo, estamos introduzindo modificações que poderão nos causar enormes danos não só bucais, mas em todo o organismo.
Excerto do livro Como Preservar os Dentes Naturais – Odontologia Psicossomática Trilógica, de Márcia Sgrinhelli CRO-SP 25.337 e Heloísa Coelho CRO-SP 27.357
Cirurgiãs-dentistas formadas pela faculdade de odontologia da USP, com 35 anos de experiência clínica internacional (Brasil, EUA e Europa).
Como Preservar os Dentes Naturais – Odontologia Psicossomática Trilógica