Artigo publicado no Jornal STOP, edição 53
Norberto R. Keppe,
Extrato do livro Escravidão e Liberdade,
A liberdade faz parte da essência da criação, ou melhor, o ser humano não pode ser senão livre – agora, temos de conhecer exatamente o que é liberdade – e o primeiro elemento que nos surge, é que o bem, o belo e o verdadeiro constituem a essência da vida. Toda vez que somos impedidos de viver o bem, o belo e o verdadeiro, tornamo-nos escravos, pois aí sofremos uma coartação.
– Dr. Keppe, agora entendo que escravidão consiste em não poder viver o bem, disse o cliente em sua sessão de análise.
– Neste caso, o sr. está afirmando que o ser humano só é livre enquanto estiver vivendo o bem, respondi.
Podemos até dizer que atualmente somos escravos, porque não temos possibilidade de escolher o bem – portanto, nossa liberdade fica para trás, no momento em que dizemos não ao que existe de bom.
– Eu entendo que escravidão é dizer não ao bem.
– Na prática, o que o sr. quer dizer?
– Toda vez que negamos o bem, o belo e o verdadeiro, estamos negando a liberdade, que faz parte da essência da vida.
Não somos propriamente livres para realizar o bem, o belo e o verdadeiro, mas esses três elementos é que constituem a liberdade do ser humano – portanto, a bondade, o belo e o real são a verdadeira liberdade. Posso afirmar que escravidão é a conduta de ignorar, negar e de distorcer a realidade.
– Dr. Keppe, acredito que o mal social é a mesma atitude individual de se opor ao bem da sociedade.
– O que significa isso em seu entender?
– Acredito que são os seres humanos maldosos que impedem uma existência social melhor.
Uma vez que a sociedade autêntica é o bem, o belo e o verdadeiro, como estamos nós, o povo, nessa agonia de falta de bens materiais, e o tempo todo ameaçados pelos poderosos? Por acaso temos obrigação de viver dando satisfação para esses doentes mentais que galgam o poder, com seus sorrisos diabólicos, para escorchar o povo? Essa brincadeira tem de ter um fim, porque temos uma só vida neste planeta, que é nosso, e temos todo o direito de viver pelo menos satisfatoriamente.
– Dr. Keppe, parece que a sociedade atual nos obriga a ser escravos.
– Como assim?
– Qualquer coisa que se faça, é sempre no sentido de beneficiar algum poderoso, que inclusive não merece.
O critério atual que os países usam a respeito de seu crescimento é o econômico, revelando o triste estado em que tombou a humanidade – a questão do desenvolvimento intelectual, como até as descobertas científicas foram deixadas de lado.
– Dr. Keppe, se as pessoas que se enriquecem possuem pouca inteligência, que conclusão podemos tirar?
– O que o sr. acha?
– Que a humanidade agora é dominada pelos indivíduos mais imbecis.
Posso dizer que não existe uma sociedade ruim por si mesma – mas sim uma vida social maltratada por seres humanos desequilibrados.
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