Minha experiência na Millennium Línguas (Trilogy Institute)

Minha experiência na Millennium Línguas (Trilogy Institute)

Por Marcos Tor Arão,
Gerente de equipes de desenvolvimento de software

 

Humildade, natureza bondosa do ser humano e a aceitação dos próprios erros… foram três conceitos que mudaram minha visão de mundo… e se incorporam a tudo que faço agora.

 

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Trabalho na área de informática há mais de 20 anos, e durante todo esse tempo os pensadores de nossa área queriam transformá-la em processo de produção como a construção de carros ou de edifícios.

Sentia desde o início que havia algo errado nessa perspectiva, mas até bem pouco tempo atrás não sabia o que era e nem entendia por que a informática era tão complicada para as pessoas em geral.

Então, há pouco menos de quatro anos uma nova vertente de pensamento chegou aos meus ouvidos. Ela ia ao encontro de alguns aspectos do que sempre achei importante: o ser humano.

Tratava-se de considerar o componente humano que estava por trás da construção dos softwares (que são o cérebro dos computadores). A construção de software está mais para um trabalho de “artesão” do que de uma fábrica. Cada programa construído pode ser feito de tantas maneiras diferentes quanto a imaginação pode conceber. Portanto quem está construindo o software pode influenciar muito no resultado final.

Seguindo essa linha, novas modalidades de trabalho foram surgindo e têm culminado em trabalho compartilhado e autoorganizado, melhoria contínua (que vem do  conceito japonês Kaizen), respeito pela condição emocional e situação psicológica das pessoas do grupo, e muitos outros conceitos no sentido de criar o melhor ambiente produtivo que se possa ter para um grupo específico de pessoas trabalhando em conjunto.

Desde que comecei a estudar essas abordagens me tornei fã desses conceitos e procuro aplicar no meu trabalho de gerenciar equipes de desenvolvimento de software.

É um trabalho bastante árduo, pois tratar com pessoas e tirá-las de sua zona de conforto, mostrar que ter responsabilidade é bom para a saúde, que trabalho árduo recompensa, que fazer melhor liberta e  evolui, que o futuro é logo alí e se você não se mexer ele vira passado… coisas de que tentava convencer as pessoas que trabalhavam comigo. Tinha um sucesso parcial, havia pessoas que logo se convenciam, outras criticavam e às vezes até contrariavam minhas teorias…

Então a Millenium entrou na minha vida… No início era uma nova tentativa de estudar inglês. Fui levado por minha colega de trabalho, Alessandra, que me disse ser uma forma diferente de aula, onde se discutiam coisas interessantes, não livros chatos de conversas forjadas que precisavam ser repetidas e “decoradas”.

Aquele sentimento ficou ainda mais avivado que antes e ia às aulas com prazer, sem um peso de obrigação.

As primeiras aulas foram um tanto chocantes… pensava comigo que mais parecia uma seita religiosa pregando mais do mesmo. Mas mesmo com esses pensamentos, continuei, pois realmente as aulas me pareciam mais livres, me deixavam mais a vontade… e com mais vontade de trocar idéias em inglês. Ainda envergonhado do meu inglês capenga, voltava para casa tentando articular frases que gostaria de transmitir, de conversas filosóficas de “ser ou não ser”, de agir (bem x mal), de artigos de cientistas comprovando “ressonância”… a maioria dos assuntos me incomodavam e queria desenvolver as idéias.

A primeira coisa que me lembro que mudou minha percepção da Millenium foi a descoberta incômoda de que eu era muito mais arrogante do que gostaria de ser…  Quando fazia faculdade de psicologia, olhei o passado e sabia conscientemente que tinha sido um adolescente muito arrogante, muito senhor de sí, sem reconhecer em nada o que os outros faziam por mim… dessa cegueira eu lamento muito… mas achava que tinha mudado, que aprendi a ser humilde e prestar atenção no mundo a minha volta (e não somente ao meu próprio umbigo).

A conscientização da minha arrogância foi dolorosa, porém esse insight que as aulas da Millenium proporcionaram, se não foi mais, foi tão chocante quanto a primeira.

A partir de então, passei a ver as aulas da Millenium não como somente uma sala de aula, mas um encontro de convivência, onde poderia aprender muito mais do que inglês.

Nesse meio tempo entrei para a classe do Richard (Richard Jones, professor canadense da unidade Rebouças). Todos diziam que era uma aula diferenciada das outras e que era um privilégio ter aulas com ele.

Não sei se há alguma técnica ou é simplesmente o carisma do Richard, mas as aulas dele realmente têm uma dinâmica diferenciada. Aquele sentimento de ir a um encontro de convivência ficou ainda mais avivado que antes e ia às aulas com prazer, sem um peso de obrigação.Muitos colegas de classe também eram pessoas muito interessantes e diferentes, certamente se convivêssemos com mais freqüência tê-los-ia como amigos.

Muito por causa dessa liberdade e familiaridade que se formava na classe do Richard, fui perdendo a vergonha de falar pois já não me preocupava muito com a “perfeição” da fala, me sentia mais a vontade de errar e isso não pesava quando era corrigido. Essa foi a segunda mudança que a Millenium me proporcionou… a rigidez de não errar, de fazer sempre certo, de ter sucesso sempre, já não tinha tanta importância quanto antes.

Quebrada essa barreira, acredito que evoluí bastante no inglês, tanto é que tive confiança de ir viajar sozinho para a Irlanda sem nenhum medo em relação ao idioma.
Confesso que não me comuniquei tanto quanto queria, mas conheci todos os lugares que queria e o idioma foi o que menos me incomodou.

Dentre os aprendizados que tive com o Richard, mais um ajudou em meu trabalho com as equipes de desevolvimento de software: a bondade…Eu tinha um paradigma filosófico que vinha desde minha adolescência de que o ser humano é naturalmente mau, vide toda destruição que a humanidade proporcionou a ela mesma e ao planeta.

Mas o conceito de que o ser humano é bom por natureza foi exposto insistentemente nas aulas do Richard, pois é a base da trilogia analítica… Por várias vezes simplesmente pensava que era tudo besteira… ilusão de quem quer ver esperança no futuro… até que ouvindo minhas próprias argumentações, me pus a pensar sobre isso… profundamente…

Resultou disso uma quebra de uma premissa profunda… e a natureza maldosa do ser humano passou a ser uma questão. Parece não ser uma mudança muito grande, mas abalou completamente toda visão de mundo que tinha. E permitiu ter esperança num ser humano diferente do que eu desenhava.

Notadamente todas essas experiências que brotaram graças às aulas do Richard acabaram por influenciar minha atuação profissional com reuniões em equipe para fomentar o espírito de grupo. Uma nova equipe na empresa, devido a suas próprias virtudes e à técnica de compartilhamento e trabalho em grupo, fez com que eles ganhassem logo o respeito de seus superiores e dos seus “clientes” (usuários dos novos serviços que estavam sendo criados).

Essa experiência me dá a impressão de que o comprometimento e trabalho duro estão diretamente ligados a humildade. Humildade, natureza bondosa do ser humano e a aceitação dos próprios erros… foram três conceitos que mudaram minha visão de mundo… e se incorporam a tudo que faço agora.
Por tudo isso, obrigado Richard pelo aprendizado!

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