O Espiritismo Deveria Ter Continuado a Ser uma Ciência

O Espiritismo Deveria Ter Continuado a Ser uma Ciência

(Para Esclarecer os Fenômenos Transcendentais)

Artigo publicado no Jornal STOP, edição 50

Por Norberto R. Keppe,
Extrato do livro Metafísica Trilógica, Vol. II – Fenômenos Sensoriais “Transcendentais”,
2ª parte, cáp. 17.

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O espiritismo não é uma religião, como Hipólito Denizard Rivail (Allan Kardec) pretendeu fazer (unindo crenças cristãs com hindus), mas se trata de uma pesquisa sobre a manifestação dos espíritos na civilização. Por esse motivo é que os europeus se afastaram desse campo de estudo; o próprio Swendenborg fundou uma Nova Igreja, ao acreditar que tais fenômenos (claramente transcendentais) não fossem comuns dentro da existência humana — sem dúvida, uma pena para o seu desenvolvimento.

Aconteceu com o espiritismo fato idêntico ao da psicanálise: foi uma descoberta notável, mas desviada por teorias estapafúrdias; assim sendo é necessário voltar às suas origens para que finalmente o entendamos. Acredito que tanto Allan Kardec como os outros cultores dessa ciência foram enganados pelos espíritos malignos que também se manifestam através dos médiuns, elaborando um sistema de pensamento errôneo. Não podemos nos esquecer que ele “escreveu” seus livros através das meninas Caroline e Julie Boudin, de 16 e 14 anos, de maneira psicografada: era colocada uma caneta sobre o bico de uma cestinha, as médiuns punham as mãos sobre ela que se movimentava espontaneamente — ou melhor, os seres espirituais se serviam da energia das adolescentes para manifestar o que pensavam.

Se o leitor estiver estranhando tal processo é bom que se lembre que o famoso romancista Rudyard Kipling, assim Brian Cleeve, Pearl Curran, William Blake, Charles Dickens “escreviam” exatamente do mesmo modo — tal e qual Chico Xavier no Brasil durante anos e anos.

Uma experiência espiritual

Z.C. fora do interior para a cidade de São Paulo para trabalhar; levava uma quantia pequena de dinheiro, a maior parte tendo gasto na igreja de São Francisco para rezar missa para a alma mais abandonada do Purgatório. À saída do templo encontrou-se com uma moça que lhe perguntou o que estava fazendo ali.

— Vim para São Paulo porque se ganha mais aqui, trabalhando em casa de família.

— Você já tem serviço? ela perguntou.

— Ainda não.

— Então venha comigo, que na Avenida Brigadeiro Luís Antônio uma senhora está à procura de uma pessoa.

Z.C. a acompanhou até uma residência próxima, onde ela apertou a campainha, aparecendo uma pessoa que a atendeu, levando-a até a sala de entrada.

— Soube que a senhora precisa de uma empregada.

— Ah! Sim; estava para pôr anúncio em um jornal hoje. Mas, como soube disso – perguntou admirada – Não falei com pessoa alguma ainda!

Nesse momento Z.C. viu na parede um quadro com a foto da moça que a havia conduzido até lá.

— Foi aquela pessoa que me trouxe aqui –  falou, apontando a fotografia.

— Mas essa é minha filha que faleceu há um mês! – exclamou espantada.

Z.C. trabalhou vários anos com aquela família até formar um pecúlio que lhe possibilitou levar vida profissional independente.

Como o leitor vê, trata-se de uma moça de religião católica, relativamente simples e que passou por uma experiência espiritual (ou espírita, como dizem).

Fenômenos Sensoriais Transcendentais

O espiritismo não é uma doutrina religiosa, mas a manifestação de fenômenos sensoriais transcendentais através dos médiuns (ou dotados, como falam os parapsicólogos); vamos dizer que se trata de indivíduos que possuem (aceitam), ou desenvolvem uma percepção melhor sobre o mundo espiritual. O que uma pessoa manifesta de genial carrega muito mais aspectos de seres espirituais do que dela mesma; seja nas artes, filosofia ou ciência, aparecem elementos que geralmente um ser humano não poderia saber. É por este motivo que surgem dados tão incríveis que não parecem (e não são mesmo) produtos apenas da mente humana.

Queiramos ou não, vivemos no mundo dos espíritos; no início era o Espírito Divino que governava, agora são também os outros, inclusive os malignos. Se não houvesse a chamada queda original, não haveria espíritos humanos, simplesmente porque não teríamos sofrido a morte. Vivemos em tal universo, inclusive porque somos também seres espirituais, e portanto temos obrigação de percebê-los para analisar tal situação adequadamente.

Um relato médico

O médico americano Silas Weir Mitchell acordou com o toque da campainha; abriu a porta e viu uma menina que lhe pediu para ir ver sua mãe. Agasalhou-se e a seguiu através do gelo e neve até uma casa próxima onde morava uma senhora (que fora sua empregada) que sofria pneumonia; administrou-lhe tratamento e falou admirado sobre a filha. — Mas ela faleceu há uma semana, replicou a senhora. Olhe onde guardei suas roupinhas.

Ao vê-las, o médico constatou que eram exatamente as que a criança tinha usado para ir buscá-lo: vestido e xale — só que estavam inteiramente secos e dobrados (The Unknown Guest, Brian Inglis, pág. 162). O cientista tinha formação organicista (e mesmo materialista), tendo de enfrentar um fenômeno espiritual que jamais teria admitido se tivesse sido contado por outra pessoa.

Não podemos nos esquecer que o espiritismo trouxe uma incrível contribuição para o conhecimento sobre o ser humano e a sociedade no tocante a essa vida. Gostaria agora de ajudar os espíritas no sentido de realizar sua pesquisa acertadamente, desde que se encontram entre eles indivíduos de grande valor humano.

— No dia em que meu pai foi sepultado, falou K.N., ouvi às 11.00 horas da noite batidas na porta do quarto; levantei-me da cama e perguntei: — Quem é? E ninguém respondeu. — Deitei-me novamente e notei uma leve brisa que levantou o véu do berço onde minha filha de 3 meses dormia, e ao mesmo tempo vi uma luz que caminhou ao lado de seu berço; em seguida senti uma mão passar pelo meu rosto, como se alguém estivesse se despedindo.

— Nunca quis falar sobre tal fato, mas 10 anos depois o comentei na presença de minha mulher, que para minha surpresa também foi confirmado por ela.

Tenho de explicar que não era religiosa, tendo formação inteiramente positivista realizada na Universidade de Medicina de Viena.

O fato notável que aconteceu nos Estados Unidos, em março de 1848, com as irmãs Fox (Margaret e Kate), de 14 e 11 anos, foi a comprovação da possibilidade de comunicação com os seres espirituais.

Em março de 1848, em Hydesville (Estados Unidos), apareceram ruídos no teto, solo, mesas e armários da casa onde vivia a família Fox; no dia 31 do mesmo mês houve barulho tão intenso, como se um caminhão estivesse despejando pedregulhos dentro da residência. De repente a filha mais nova estalou os dedos e falou: — Patas de cabra, façam o mesmo que eu, e fez um barulho que foi respondido de modo semelhante; estava iniciado o “diálogo” com os espíritos.

Muitas pessoas sabem que através de um código, o espírito de Carlos B. Rosena se identificou, narrando que fora assassinado naquela casa e indicou o local onde jazia enterrado; com a ajuda de vizinhos (Bush, Lyman Granger e Still) foram encontrados seus restos, narrado pelo jornal de Boston, de 23 de novembro. A partir daí inúmeras pessoas apresentaram a mesma aptidão que as irmãs Fox e enorme interesse pelo fenômeno: Benjamin Franklin, Arthur Conan Doyle, Camille Flammarion, Alfred Russel Wallace, William Crooks, Swendenborg, Jackson Davis e Edward Irving.

Estou escrevendo sobre este assunto por ser de importância científica fundamental, para que o homem compreenda certos fatos de sua existência e consiga dirigi-la da melhor maneira possível, dentro desse universo que é misto: físico e imaterial.

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