SOS Planeta: Alerta Abelhas

SOS Planeta: Alerta Abelhas

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Reza a lenda que o físico Albert Einstein teria dito, numa conversa informal, que nossa humanidade estaria fadada à extinção quando nossas abelhas fossem suprimidas da face da Terra.

Previsões à parte, é fato que, desde a década de 1940, as colônias de abelhas em todo o mundo vêm declinando em proporções assustadoras. Nos anos 1990 as perdas anuais de colônias foram de 15% a 20%, mas começaram a subir de maneira contínua e entre 2006 e 2007 chegaram ao percentual sem precedentes de 30% a 90%.

No final de 2006, 41% do total das 5,9 milhões de colônias existentes nos Estados Unidos em 1947 haviam sumido, de acordo com uma estimativa do American Apiary Inspectors, um grupo americano que fiscaliza criadores de abelhas.

Mas por que Einstein faria tal associação? Apesar de criaturas poeticamente frágeis, as abelhas espalham vida pelos quatro cantos do planeta e são encontradas em todo tipo de cenário: nos desertos, matas tropicais, savanas, montanhas e até mesmo no inóspito Alasca. Nos Estados Unidos as abelhas são as principais polinizadoras, responsáveis por 50% de toda a produção de alimentos.

Possuem uma sociedade altamente organizada e se orientam através do sol ou geograficamente (através de montanhas, rios ou lagos) para retornar à colméia após o período de polinização. Embora tenham desenvolvido um sistema altamente eficaz para se manterem vivas, seu declínio tem sido inevitável. A chamada “Síndrome do Colapso das Colméias” (ou Colony Collapse Disorder – CCD) tem tirado o sono de cientistas, apicultores e naturalistas.

As abelhas estão morrendo devido ao desflorestamento, transgênicos e inseticidas. Estes poderiam ser chamados de homicidas, pois destroem o ser humano também.

 

Trecho do programa STOP a Destruição do Mundo 194

 

Para desvendar este mistério conversamos com o Dr. Roberto Giraldo, médico,especialista em medicina interna, doenças infecciosas, imunológicas e tropicais pelas Universidades de Antioquia, na Colômbia, de Kansas e Cornell, nos EUA e de Londres, na Inglaterra. Pesquisador independente de AIDS desde 1981, trabalhou de 1993 a 2007 nos laboratórios de Imunologia e Diagnóstico Molecular do New York Presbyterian Hospital, Weill Cornell Medical Center, em Nova York. Foi presidente e atualmente é membro da Junta Diretiva do Rethinking AIDS, grupo internacional que busca uma reavaliação científica da AIDS .

Socioterapeuta Trilógico da Sociedade Internacional de Trilogia Analítica – SITA, atualmente participa do corpo de cientistas da organização STOP a Destruição do Mundo, onde aprofunda seus estudos dos agentes estressantes sobre as pessoas, os animais, as plantas e os demais seres da natureza.

Entrevista com Dr. Roberto Giraldo

Dr. Roberto, o que ocorre com as abelhas?

As abelhas estão sumindo porque se encontram sob um fogo cruzado de agentes estressantes criados pelo ser humano. Podemos citar a “industrialização” das abelhas como um dos fatores que contribuem para esta extinção.

Bee collecting pollenNos Estados Unidos, por exemplo, onde este declínio é mais acentuado, centenas de colmeias são colocadas em caminhões para cruzarem as rodovias americanas atrás de trabalhos de polinização nas colheitas. Estes “empreiteiros de abelhas” alugam suas cativas para serviços periódicos nos campos de agricultura.

Sem um lar fixo, acabam sofrendo um estresse “emocional”, porque não conseguem se orientar para voltar a um mesmo lugar. Assim também existem abelhas industrializadas na Europa, América Latina e na China. A indústria alimentícia depende muito deste tipo de polinização.

Os cítricos, amêndoas, castanhas de caju, hortaliças, cebola, alho, tomates e a maioria das árvores frutíferas são produzidas assim. Até mesmo o pasto que alimenta o gado só é possível através da polinização.

Estudos feitos por universidades americanas e europeias levam a crer que as ondas dos telefones celulares também contribuem para que as abelhas se desorientem e não consigam voltar às suas colmeias de origem, após a polinização. Muitas morrem a alguns metros da porta de sua “casa”. Interessante saber que as abelhas que permanecem nas colmeias, como as rainhas e algumas operárias, não adoecem ou morrem.

Testes realizados nas universidades americanas da Pensilvânia e Columbia revelaram a presença de múltiplos microrganismos nos intestinos das abelhas mortas pela CCD, sugerindo que algo está enfraquecendo seu sistema imunológico.

Foram encontrados ainda alguns fungos nas abelhas afetadas, algo muito similar ao que acontece em humanos cujo sistema imune foi suprimido por AIDS ou câncer.

Isto quer dizer que algumas abelhas podem estar com AIDS?

Basicamente sim: em outubro de 2006 o jornal The New York Times alertou exa-tamente sobre “a AIDS das abelhas de mel”. Não só as abelhas, mas também outras espécies polinizadoras como borboletas, moscas, mosquitos e ainda morcegos estão morrendo intoxicadas e, conseqüentemente, toda uma cadeia de vida que depende da polinização.

Então a imunodeficiência está diretamente ligada a estes agentes estressantes?

Sim. Os pesquisadores encontraram também nas patas e nos estômagos das abelhas estudadas inseticidas, pesticidas e agentes químicos altamente nocivos. Outro fato é a falta de alimento para as abelhas, porque muitas espécies de plantas têm sido geneticamente criadas em laboratório sem pólen. Ou seja, nesta loucura de querer ser “Deus”, o ser humano está desestabilizando todos os ecossistemas. Puxa-se uma peça e outras tantas caem na seqüência.

A espécie humana encontra-se também no limiar de sua imunidade. E isso tem a ver diretamente com os agentes estressantes, físicos, biológicos, químicos, nutricionais e, sobretudo, emocionais a que estamos expondo a vida em nosso Planeta.

Esta estranha extinção das abelhas é apenas a ponta do iceberg, reflexo direto de nossa ação daninha e voraz ao nosso ambiente.

Por que o senhor considera que a espécie humana está no seu limiar em termos de imunidade?

A prova concreta disto são as recorrentes epidemias e pandemias que estamos sofrendo de doenças tóxicas. No início da minha vida acadêmica e de minhas pesquisas no campo da AIDS, julgava que os agentes químicos, físicos, biológicos e nutricionais eram mais significativos que os mentais e emocionais.

A Origem das Enfermidades
A Origem das Enfermidades

Hoje esta ordem se inverteu de tal maneira, que vejo as causas emocionais/mentais como verdadeiramente responsáveis pela imensa maioria das doenças, como explica claramente o grande cientista brasileiro Dr. Norberto Keppe no seu livro A Origem das Enfermidades (Psíquicas, Orgânicas, Sociais) [Editora Proton].

Existe um consenso entre os cientistas que o pânico, o medo, a ansiedade e a depressão afetam nosso sistema imunológico, nos deixando à mercê de toda sorte de enfermidades. A gripe suína, por exemplo, não é tão grave assim. Mas acaba se tornando uma pandemia de “histeria de massas”, por causa do alarde que se faz.

O pânico causado por notícias aterrorizantes acaba piorando o quadro, desequilibrando nossos sistemas imunológicos e nos tornando vulneráveis a muitas doenças.

A alegria então seria uma das vacinas para a humanidade?

Com certeza seria uma ótima vacina… Meus amigos acadêmicos dizem que estou me tornando mais filósofo e sacerdote do que cientista (risos). Acredito que a mídia em geral tem um importante papel em estimular o sistema imunológico das pessoas. Ao invés de criar pânico, deviam falar mais em nutrição, arte e descontração.

Mais de soluções do que de problemas. Exaltar as coisas belas e as atitudes boas. Estimular uma re-conexão com o espírito que anima a vida na Terra. Assim, poderíamos com certeza garantir a nossa sobrevivência e de todas as espécies que compactuam desta perfeita harmonia.

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