O ser só poderá ser realmente, seguindo sua causa. Todo ser humano vive pelas suas causas, e se elas não forem verdadeiras, ele não pode ter existência real – vamos dizer que, mesmo não sabendo qual é o tipo de origem, ele a está seguindo, ainda que seja deformada.
Podemos afirmar que todo princípio tem sua causa, e gera ciência, sendo que qualquer coisa que exista, tem estrutura de acordo com a sua causa – e se o que existe não segue sua origem, contraria seu princípio, meio e finalidade, caindo no disforme, vazio e escuridão.
É evidente que pessoa alguma é causa de si mesma e quando assim o deseja, está a caminho da doença mental, elaborando teorias fantásticas. Podemos também analisar, se a pessoa é adequada ou inadequada à sua origem – se ela não estiver de acordo com seu fundamento, irá criar um hiato, colocando elementos disformes em sua existência, conduzindo-a ao patológico.
Sem o conhecimento da causa, não existe ciência – pois sem o contato com o seu fundamento, destruirá sua estrutura: ao não se unir à sua causa, não sendo possível chegar a qualquer realidade, desde que ela faz a sua essência. É o que acontece ao não acatar ser como é, não seguindo a imitação, que seu artífice realizou. De outro lado, seu criador não tem condição de fazer o que não seja de acordo com ele, porque fora dele nada existe.
Quando o cientista diz que só é possível criar ciência a partir de suas experiências, já está afirmando que ele se apoia em uma origem, anulando a própria ideia de haver conhecimento sem causa, mesmo que seja errônea. Aliás, esse pensamento já está dentro da causa, inclusive ele próprio tudo o que pratica, é sempre consequência de algo – não existe ideia ou pensamento que se origine do nada.
Nada existe sozinho, inclusive o nada necessita do outro, pois ele é só a negação do outro, mesmo que seja um outro nada, não deixa de ser outro.
A grande questão da causa é se ela é aceita ou não, porque a recusando, continua a existir, ou até negando-a, ela continua fazendo efeito. Por exemplo: negando os espíritos, eles continuam aí, podem ser bons ou maus, mesmo que o ser humano negue o mal, ele continua fazendo seu efeito. Como a causa é mais nobre do que o efeito, o ser humano necessita saber que veio de algo superior, precisando enaltecer e estimular, para realizar o que é de maior valor.
Todo conhecimento que não aceita a sua origem é falso, porque permanece nas aparências, que não é o real conhecimento, mas digressões – de maneira que o que denominamos de ciência atualmente, trata-se de palpites – e como conclusão geral, estamos vivendo em uma pseudo civilização, como se fosse um ilusionismo coletivo, baseado em prestidigitações.
É impossível que os predicados repugnem seus objetos: quando dizemos que o homem seria um asno (se bem que muitos pareçam), ele necessitaria ter quatro patas, o corpo do animal para ser inteiramente.
O que existe só poderá continuar existindo junto com a sua causa – é por esse motivo que todo efeito tem de ser sustentado e continuamente corrigido, nos elementos artificiais, que exigem contínuos consertos.
Coisa alguma pode ser causa de si mesma, assim sendo, o ser criado tem de ser, de acordo com o seu criador – e se não for assim, não poderá ser ele mesmo. Depois, o ser criado prova a existência do seu criador, inclusive agindo como ele, mas ao se opor, se tornará disforme.
O efeito poderá negar, omitir ou distorcer o seu causador, com consequências terríveis: se ele negar, não poderá ter um ponto de apoio, e ainda destruirá a verdadeira estrutura de sua vida; se omitir, viverá sem base, perambulando inutilmente; se distorcer, criará aleijões em seus sentimentos e ideias, que o tornarão eternamente defeituoso.
Extrato do livro A Física da Metafísica Keppeana.
Psicanalista, filósofo e pesquisador independente da física, autor de 40 livros, fundador e presidente da SITA – Sociedade Internacional de Trilogia Analítica, que unificou a ciência, à filosofia e à teologia.
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