A Fuga à Consciência é o que nos Penaliza

A Fuga à Consciência é o que nos Penaliza

Artigo publicado no Jornal STOP, edição 27

Norberto R. Keppe,
extrato do livro A Libertação

a-libertacao-01-274x293Não é o contato com a realidade, não é o ato de ver, o que nos perturba; não é a coisa que existe, não é o exterior, o pensamento ou a emoção que nos afligem. O único fato que nos angustia e penaliza é a fuga que tentamos fazer continuamente do contato com a consciência, com a verdade – o que sempre nos entristece, infelicita é a resistência que opomos à visão da realidade.

Não é a verdade ou a realidade o que nos martiriza; é a nossa atitude de negação a elas, pois estão profundamente cravadas em nossa mente, carne e ossos, não nos deixando ausentes um milímetro de espaço.

Todos os indivíduos que fogem à conscientização podem ser enquadrados mais ou menos no mesmo grupo; são os doentes psíquicos, propriamente ditos; as pessoas denominadas de primitivas por rejeitar o aperfeiçoamento; são os marginais, os viciados em drogas, os alcoólatras, etc. etc. De modo geral, todos eles têm o mesmo tipo de conduta: podem aparentar calma, mas, assim que solicitados para qualquer eventualidade, desesperam-se, partindo para a fuga ou agressão. Não aguentam qualquer contrariedade.

A Consciência, Catinari, 2008

Sobre o quadro "A Consciência"

Esta tela de Catinari mostra as duas condutas básicas do ser humano:
À esquerda, a teomania de querer se ver angelical, perfeito, sem erros, o que evidentemente o leva a uma existência sofrível no mundo das sombras (autoignorância);
A fig. da direita revela a conduta humilde, de aceitar ver os próprios erros, quando a pessoa manifesta a bondade, verdade e beleza que carrega em seu interior;
O anjo que segura o espelho simboliza a consciência;
A figura do centro, o desespero em que a pessoa se coloca por não querer conscientizar seu mundo interno.

Vivemos dentro de um universo de luz, onde sofremos de um contínuo aprendizado, querendo ou não, aceitando ou não – geralmente temos medo, rejeitando tanta magnificência.
Vivemos dentro de um universo de luz, onde sofremos de um contínuo aprendizado, querendo ou não, aceitando ou não – geralmente temos medo, rejeitando tanta magnificência.

Temos aparentemente medo de ver a própria realidade (assim todos dizem) devido à aparente confusão que realizamos entre a verdade e a fantasia. Aquilo que geralmente chamamos de real é algo que forjamos e, portanto, não é ela mesma.

Agimos como alunos rebeldes que, enquanto o professor escreve no quadro- negro, nós o apagamos insistentemente – mas sempre havendo sobra de algumas letras e conceitos. Vamos dizer que este é o nosso grande pecado: não querer ver o que é.

Amartano (pecado, em grego) significa privação, ausência; no momento em que negamos o que existe, é que iniciamos nosso inferno. Porém, no exato instante em que o aceitarmos novamente, retornaremos a uma relativa sanidade.

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