A Espiritualidade e a Ciência Trilógica

A Espiritualidade e a Ciência Trilógica

Desde que o ser humano existe, também existe com ele a consciência da existência de um ser superior, criador do universo e de tudo o que nele existe. Deus, para todos, seria a expressão máxima da beleza, verdade e bondade. É interessante também observar que ao lado dessa noção de Deus, o ser humano sempre mencionou a existência de seres espirituais responsáveis pela criarão da dor, do sofrimento e do mal aos quais chamam por vários nomes: demônios, espíritos malignos, diabo, Lúcifer; a intenção desses seres seria a de destruir a felicidade do ser humano.

Todas as tradições e escritos religiosos, ou mesmo a literatura, colecionados através dos séculos, mencionam essa luta entre os espíritos invejosos e a criação de Deus, que, originalmente, seria o reino da felicidade.

experiência clínica mostra que toda doença mental é acompanhada de um componente patológico de conotação espiritual muito forte. Ou seja, é muito comum os neuróticos, mais ainda os psicóticos, manifestarem queixas de que veem e ouvem demônios, que sofrem perseguição de espíritos malévolos, que escutam vozes etc.; muitos doentes são excessivamente fanáticos por questões religiosas; há ainda os que paradoxalmente manifestam uma oposição total à crença de qualquer espiritualidade — são os ateus fanáticos.

De fato, a pessoa mais equilibrada é aquela que geralmente tem uma boa aceitação da religiosidade, uma preocupação ética em viver dentro das leis universais da beleza, verdade e bondade, e uma atitude de respeito e reverência diante do Criador. Admitem- se como seres criados por um ser mais perfeito e mais poderoso, ou por um princípio geral da ordem do Universo, e não se opõem ou resistem a essa ideia.

Aqueles que apresentam um desvio no comportamento religioso, tanto no sentido de se fanatizarem, como no sentido de negarem a espiritualidade, são os mais doentes, quer orgânica, quer psicologicamente.

Essas conclusões foram todas colhidas através da experimentação científica. Durante 35 anos, Keppe e seus assistentes pesquisaram a relação entre problemas de espiritualidade e psicopatologia em centenas de pacientes nos hospitais e clínicas de psicoterapia da SITA dos vários países em que trabalham (Europa, Brasil, Estados Unidos).

A ciência não pode se restringir aos fatos observáveis somente pelos cinco sentidos; muitos deles são óbvios e evidentes para todos, embora não possamos enquadrá-los na categoria de elementos materiais (as ondas que levam as imagens do rádio e TV não são visíveis a olho nu, no entanto, elas existem).

Assim, não podemos permanecer cegos à realidade da dimensão espiritual; é preciso que se estudem, criteriosamente, as superstições e enganos a esse respeito e eliminar o perigo dos desvios, para esclarecer o que é a verdadeira e saudável espiritualidade, que deve ser também científica (experimental).

É a esse estudo que a Trilogia Analítica também se dedica: como é a relação entre Deus e os homens? Como essa relação ou os desvios nessa relação podem afetá-los? Como a espiritualidade deturpada está relacionada às doenças mentais, sociais e orgânicas? Sendo que Keppe constatou existir uma estreita correlação entre os fenômenos científicos e os espirituais, ele passou a considerar a Teologia como um dos “tripés” da ciência completa (trilógica), juntamente com a Filosofia e a Ciência.

 

Extrato do livro ABC da Trilogia Analítica – Psicanálise Integral de Cláudia B. S. Pacheco.

Cláudia B. S. Pacheco

Psicanalista e escritora, com 12 livros publicados. Vice-presidente da SITA, presidente e fundadora da Associação Keppe & Pacheco e da STOP a Destruição do Mundo.

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