Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco*
Em 1977 o mundo conhece mais uma importante revelação científica. O psicanalista Norberto Keppe descobre que o ser humano não sofre de um “inconsciente” portador de instintos naturais de morte, mas sofre de uma INVERSÃO PSÍQUICA, o que tem causado praticamente todos os seus problemas.
O que vem a ser isso? Vou tentar expor a seguir. Desde o nascimento, o ser humano tem uma “percepção” invertida do mundo.
Vê as coisas de “ponta cabeça” e o seu cérebro desinverte automaticamente as imagens dos objetos captadas pela sua visão. Porém, algo aconteceu com o mecanismo de desinversão da realidade abstrata, não captada pelos cinco sentidos. Desde o nascimento temos a tendência de “perceber” o Bem como Mal e o Mal como Bem, só que neste caso, estranhamente, nossa mente nem sempre desinverte essa percepção.
Por exemplo, a criança luta para não dormir e chora e grita quando quer algo para si. Morde o seio que a alimenta e agride os pais que a mantém viva. Destrói seus brinquedos queridos e machuca animais e outras crianças. Age a nível somente sensorial como se fosse um animalzinho.
À medida que cresce o ser humano conserva a lei do egoísmo e a frustração é sentida como morte. Quer tudo para si. Mente para conseguir o que quer, e se a verdade aparece, sente-se agredido, limitado pela vida dos instintos e dos prazeres dos cinco sentidos.
Com o tempo, e com os ensinamentos das leis sociais e da moral, o indivíduo é constrangido a reprimir seus impulsos egocêntricos para minimizar os conflitos em sociedade.
Infelizmente essa repressão, aliás cada vez mais débil na educação infantil e juvenil, não é suficiente para garantir o equilíbrio psicossocial na vida adulta. Privar o ser humano de condutas para ele prazerosas, sem conscientizá-lo do porquê dessa necessidade, bem como das vantagens dessa frustração, pode agravar o problema, escondê-lo por algum tempo para depois ele voltar a manifestar-se com maior força.
Este é o motivo para que muitos dos adultos que hoje dirigem a sociedade, e que um dia foram crianças não conscientizadas, permaneçam invertidos por trás de uma boa máscara, fazendo uso de bens públicos e planetários como brinquedos para a satisfação de seu egoísmo irracional.
Exemplos dessa cegueira invertida são: o ser humano a serviço do dinheiro e não vice-versa; retirar energia da matéria consumindo todos os recursos naturais; praticar uma medicina organicista e não psicossomática; ver o trabalho como fonte de estresse e felicidade no ócio e na dispersão; falar a verdade é ofensivo e ser hipócrita, sinal de afeto e gentileza…
O Instituto Keppe & Pacheco de Ciência e Tecnologia e a futura Faculdade Trilógica Keppe e Pacheco têm como missão utilizar todos os recursos possíveis terapêuticos e pedagógicos para promover a desinversão individual e social e, com isso, possibilitar o crescimento da humanidade de maneira sustentável.
Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco,
Presidente do Instituto Keppe & Pacheco de Ciência e Tecnologia e fundadora da Associação Stop a Destruição do Mundo
Artigo publicado no Jornal STOP edição 90
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